"Tão fora do ar, tão perdida entre os letreiros e cartazes da
rua...
Andava sozinha embaixo da chuva.
Olhava para as luzes que não deixavam
nunca a escuridão envolver aquele lugar,
não deixavam nunca a cidade dormir.
Estava tão atraída que parecia um inseto hipnotizado pela luz.
Tudo tão
confuso, sons, imagens, lembranças, surpresas.
Mas no fundo do seu coração dava
uma vontade,
uma vontade de fazer parte de tudo aquilo.
Ser parte daqueles
sons, luzes, prédios, imagens, letreiros, cartazes.
Pois até o concreto dali
parecia pulsar vida."