Era uma tarde clara, o céu estava azul, podia se ouvir o pássaros... A brisa brincava por entre as folhagens muito verdes. Nem quente, nem frio. O sol entrava pela janela de cortinas brancas e desenhava sombras e pontos iluminados pelo quarto. Ela estava sentada e seu único movimento era o vestido azulado que, vez ou outra, balançava por si só. Tinha nas mãos uma escolha. A cena poderia ser um quadro, desses pintores que gostam de retratar o cotidiano. Seria um belo quadro...
O sol batia na lâmina e se projetava caminhando pelas paredes, pelo teto... Um pequeno movimento e o reflexo passava por entre os ursos de pelúcia, as bonecas de louça, o cabideiro, a vitrola, os livros, a porta... Mas quando caía sobre o espelho, exclusivamente o espelho, ele se dividia em dois. Uma luz permanecia na direção correta, a outra parecia fazer questão de seguir na direção contrária, não queria seguir seu caminho certo, queria brincar por entre as fotos e recortes na parede.
Como ela desejava ser aquele reflexo. Se dividir em dois e então seguir por dois caminhos, o correto e seu oposto. Seria completamente errada e completamente certa (seria finalmente em alguma coisa completa!). Poderia viver o certo e também a emoção do errado, depois bastaria mudar a posição e ser novamente apenas uma! Sem dúvidas por seguir apenas o correto, pois sabia o que aconteceria se mudasse seu caminho e sem arrependimento por fazer o errado, já que também teria feito o certo, então ambos se anulariam, não?! O sol batia na lâmina.
Não era tão simples, ela não podia se livrar da dúvida ou do arrependimento. Ela lembrava que costumava ser mais forte, mesmo em tempestades... Mas agora não conseguia seguir em frente e apenas uma solução lhe restava. De todas as escolhas que não pode fazer, a pessoa que não conseguiu ser, os sonhos que morreram entes de nascer... Estava tudo agora em suas mãos, agora era a SUA hora. O sol batia na lâmina.
Reagiu, saiu de dentro de si, pela primeira vez faria algo completamente seu, seria completa em algo. Olhou pela janela, sentiu a brisa, o sol. Sim, seria algo de grande importância! Saltar de um abismo por algo que realmente valha a pena, não parecia mais tão errado. Era SUA escolha, agora era SEU ponto máximo.
Ela seria quem desejava ser, mas para isso precisava ser perfeita, nos detalhes... Com um movimento rápido e decidido passou a lâmina pelo pulso, deixando o sangue tingir seu vestido, sua cama, o chão... Tinha lágrimas no olhos, mas um sorriso nos lábios quase desfalecidos, quase por desaparecer. Ela sentia que aquele não era seu lugar, ela não sabia como, mas sabia que não era um fim, talvez um até logo... Não sabia para onde iria, mas sabia que onde quer que fosse sentiria em casa.
Era uma tarde clara, o céu estava azul, podia se ouvir os pássaros... A brisa brincava por entre as folhagens muito verdes... Seria um belo quadro... Mas ninguém entraria ali, ninguém saberia daquela cena, não até que tudo tivesse terminado... Nem quente, nem frio... O sol batia na lâmina, dessa vez, sem reflexo...
O sol batia na lâmina e se projetava caminhando pelas paredes, pelo teto... Um pequeno movimento e o reflexo passava por entre os ursos de pelúcia, as bonecas de louça, o cabideiro, a vitrola, os livros, a porta... Mas quando caía sobre o espelho, exclusivamente o espelho, ele se dividia em dois. Uma luz permanecia na direção correta, a outra parecia fazer questão de seguir na direção contrária, não queria seguir seu caminho certo, queria brincar por entre as fotos e recortes na parede.
Como ela desejava ser aquele reflexo. Se dividir em dois e então seguir por dois caminhos, o correto e seu oposto. Seria completamente errada e completamente certa (seria finalmente em alguma coisa completa!). Poderia viver o certo e também a emoção do errado, depois bastaria mudar a posição e ser novamente apenas uma! Sem dúvidas por seguir apenas o correto, pois sabia o que aconteceria se mudasse seu caminho e sem arrependimento por fazer o errado, já que também teria feito o certo, então ambos se anulariam, não?! O sol batia na lâmina.
Não era tão simples, ela não podia se livrar da dúvida ou do arrependimento. Ela lembrava que costumava ser mais forte, mesmo em tempestades... Mas agora não conseguia seguir em frente e apenas uma solução lhe restava. De todas as escolhas que não pode fazer, a pessoa que não conseguiu ser, os sonhos que morreram entes de nascer... Estava tudo agora em suas mãos, agora era a SUA hora. O sol batia na lâmina.
Reagiu, saiu de dentro de si, pela primeira vez faria algo completamente seu, seria completa em algo. Olhou pela janela, sentiu a brisa, o sol. Sim, seria algo de grande importância! Saltar de um abismo por algo que realmente valha a pena, não parecia mais tão errado. Era SUA escolha, agora era SEU ponto máximo.
Ela seria quem desejava ser, mas para isso precisava ser perfeita, nos detalhes... Com um movimento rápido e decidido passou a lâmina pelo pulso, deixando o sangue tingir seu vestido, sua cama, o chão... Tinha lágrimas no olhos, mas um sorriso nos lábios quase desfalecidos, quase por desaparecer. Ela sentia que aquele não era seu lugar, ela não sabia como, mas sabia que não era um fim, talvez um até logo... Não sabia para onde iria, mas sabia que onde quer que fosse sentiria em casa.
Era uma tarde clara, o céu estava azul, podia se ouvir os pássaros... A brisa brincava por entre as folhagens muito verdes... Seria um belo quadro... Mas ninguém entraria ali, ninguém saberia daquela cena, não até que tudo tivesse terminado... Nem quente, nem frio... O sol batia na lâmina, dessa vez, sem reflexo...